Publicado em 1982, “O Ponto de Mutação” antecipou a pauta da Rio 92, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, realizada dez anos depois no Rio de Janeiro.
No livro, Capra alertava para os graves problemas que ameaçavam – e ainda ameaçam o mundo -, como a fome, a miséria, a poluição, a violência e a degradação ambiental. Foram justamente esses os temas que mobilizaram 110 chefes de Estado, em 1992, no Rio, em um encontro que discutiu soluções sustentáveis para o Planeta.
“São tantos os problemas que chegamos à ponta do cume: é preciso a imediata e irreversível mudança de pensamentos e atitudes para que tais realidades sejam revertidas”, propôs Capra, criticando as bases da ciência moderna que, segundo ele, é pautada no sistema matemático cartesiano e enxerga o mundo como uma máquina inquebrável e a serviço do homem.
Passou a Rio 92, desabaram as torres gêmeas em Nova York, vazou petróleo no Golfo do México, vieram tsunamis, secas e enchentes, o acidente nuclear de Fukushima, a crise econômica, a primavera árabe, fome na África, votou-se por aqui o Código Florestal e o mundo está a poucos dias da Rio+20, onde mais uma vez os chefes de Estado vão debater e buscar soluções para conter a degradação ambiental, combater a miséria e erradicar a fome.
A decadência já chegou, mas ainda estamos longe do ponto de mutação.