Fale um pouco da parceria da Embrapa com a Malinovski...
Edson Iede: Esse evento é um orgulho para o setor florestal. Assumimos a coordenação técnica dele à convites feito pela organização e ficamos muito felizes. Sem dúvidas, que é positiva essa parceria. Espero que nas próximas edições, possamos contribuir ainda mais.
Se o Brasil tem a oportunidade de expandir ainda mais o setor florestal é através das P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), com o uso de bases genéticas para melhoramentos e adaptando novas tecnologias para outras regiões, como o Centro-oeste e o Nordeste. Por exemplo, há mercado para novos nichos (madeira Teca, Cedro Australiano e Mogno Africano), mas é preciso um amplo estudo antes de incentivar o plantio nessas novas regiões. Estamos com um novo centro em Campinas (SP), estudando os genes.
E justamente por serem pesquisas de longo prazo, hoje, ainda prefiro apostar nas espécies que já conhecemos.
Quais as perspectivas do setor florestal...
Rafael Malinovski: O grande desafio, como já dito pela Ibá (Indústria Brasileira de Árvores) em outras oportunidades, é dobrar a área plantada. Mas para isso precisamos de consumo e demanda. Sem contar, que é preciso incentivar também os pequenos e médios produtores.
A junção de associações e respectiva formação da Ibá afetam o setor de que forma...
Edson Iede: O setor era muito fragmentado e necessitava da centralização das propostas. Ainda falta competência para elaboração de projetos, que tem baixa adesão. A Ibá, com uma representação em Brasília (DF), deve ajudar nesse sentido. E o setor privado pode contribuir justamente através do fomento.
Quanto à logística, o Brasil vem sofrendo alguns problemas que afetam diretamente à indústria florestal...
Rafael Malinovski: É claro. Hoje, o Brasil não tem o custo mais baixo de madeira. Os Estados Unidos, por exemplo, que mesmo tendo uma quantidade bem menor de florestas, possui um custo menor. Fora isso, temos ainda o custo de mão de obra, que aumentou. Esses fatores, somados ao da logística, são problemas de um país que está crescendo. Como resultado temos uma perca de competitividade e aí que a iniciativa privada precisa participar. Há uma resistência política da ação de privatizar o transporte, também.
Nesse quesito o Brasil ainda é um pouco engessado, com pouca flexibilização. Mas creio que em 10 ou 15 anos vamos superar essa mudança de cultura.
A Expoforest terá outras edições...
Rafael Malinovski: A ideia é para que tenha, com certeza. Veja para esta edição, começamos com um planejamento faz tempo. Em maio do ano passado já demos início na questão da área da floresta. Esse na verdade, é o maior custo, porque quando termina o evento, reflorestamos novamente. E para o próximo evento, estruturamos novamente. Tudo para preservar. Para 2017, vamos conversar com a IP, porque queremos usar este mesmo espaço.
Além disso, temos aqui um estacionamento nivelado, trilhas estocadas, cascalhadas e demarcadas. Esse é outro ponto que vale destaque. Apesar de a feira ser no meio da floresta, ela tem total segurança. Marcamos aonde os visitantes podem ir ou não, disponibilizamos capacetes, ambulâncias. Proibimos até o consumo de bebidas alcoólicas, tendo em visto que temos uma “BR” que passa aqui do lado.