Uma reunião pública em Itirapina (SP), realizada nesta semana, discutiu um projeto de lei que permite a exploração de uma área de cerrado pela iniciativa privada. A área da Estação Experimental tem mais de 2 mil hectares e pode ser concedida por 30 anos. O Ministério Público é contra e um biólogo aponta riscos para a fauna e a flora do local.
Em 2013, o MP instaurou inquérito civil para apurar a intenção do governo em privatizar o local. “As verbas arrecadadas com a extração de madeira da estação e, também de resina e outros subprodutos de folhas e sementes, vão para a Fundação Florestal. A Fundação Florestal acaba repassando apenas 40% dessa verba para o Instituto Florestal, que é o órgão gestor, e essa verba ainda acaba sendo diluída por todas as unidades de conservação do estado inteiro”, afirmou o promotor de Justiça Ivan Carneiro Castanheiro.
Durante a audiência pública, os argumentos foram usados para conseguir o apoio de políticos e da população. “É um lugar maravilhoso que Itirapina tem, é um cartão postal da cidade”, disse o arquiteto Sandro Pimenta. Ele disse que quer acompanhar a situação para ver qual será a solução para o problema.
Danos
A área possui espécies importantes da biodiversidade que estão preservadas, que podem sofre danos irreversíveis se o manejo não for feito da melhor maneira possível, segundo o biólogo Fábio Matheus. “Você compromete fauna e flora e pode comprometer futuramente a área de recarga que existe do Aquífero Guarani. Nós ecologistas, nós biólogos e defensores da área verde, temos a obrigação de brigar por essa área. É uma riqueza pertencente a toda a população que pode ser destruída”, explicou Matheus.
O projeto de lei tramita na Assembleia Legislativa. A Secretaria Estadual do Meio Ambiente informou que acompanha o resultado, assim como a consequência da reunião de terça em Itirapina.